sábado, 31 de dezembro de 2011

Das sementes às flores e frutos


O Armandinho é um dos felinos mais carinhosos da minha casa
 Acordei hoje com um dos gatos, o Armandinho, um pretinho lindo e faceiro, pulando na minha barriga e tocando a patinha no meu rosto pedindo o papá da manhã. O relógio marcava 5h30. Todos os dias os 18 gatinhos reclamam o primeiro prato de comida nesse horário.

Sou sempre o alvo das solicitações. Eles sabem que vou levantar e atender a vontade dos bichanos. Se ao olhar os ponteiros do relógio penso que poderia dormir mais um pouquinho, acordar tão cedo também me traz vantagens. Uma delas é ter disposição para ir a academia e cuidar da minha saúde.

Em 2011, uma semente que plantei há dois anos, e floresceu bonita e forte este ano, foi o zelo com a minha saúde. Intensifiquei as minhas idas a academia e as caminhadas. O resultado do meu esforço foi ter mais disposição para viver. Cheguei aos 40 anos me sentindo como nos 20 anos.

Os exercícios contínuos fortaleceram os meus braços e as dores no ombro direito que tanto me incomodavam diminuíram muito. Outra vantagem é manter o corpo em dia. Claro que há um preço: levantar cedo da minha caminha quente e aconchegante. Mas ganho tanto em ver o Sol nascendo; em brincar com os felinos que correm felizes pelo quintal nas primeiras horas do dia; e em apostar nos cuidados comigo.

O ano que termina hoje também me levou de volta aos bancos escolares. A proximidade com o professor da Unicamp Orlando Fontes Lima Júnior me proporcionou continuar a adquirir conhecimento. A experiência foi muito gratificante. Quero intensificar a parceria para que possa contribuir mais com o laboratório que tem a frente o acadêmico, que além de ser um excelente profissional é uma pessoa receptiva. A equipe do Lalt também reflete o espírito impresso por Orlando.

Espero que essa semente que foi plantada em 2011 dê bons frutos no próximo ano. A troca de experiências e conhecimento sempre traz benefícios e ganhos para todos. A academia tem muito que acrescentar a profissionais que estão no mercado de trabalho. Na outra ponta, quem atua na minha área pode trazer novas visões ao dia a dia de quem está na universidade. A parceria é bem-vinda.

Ideias que surgiram este ano no campo profissional são sementes que darão origem a novos desafios em 2012. O jornalismo é uma profissão que apresenta inúmeras possibilidades. Não abro mão de ser repórter, mas fazer novas experimentações agrega valor ao meu trabalho e me enriquece.

Mais uma vez, as parcerias serão fundamentais. Tirar do papel as ideias e transformá-las em realidade é uma das grandes tarefas que tenho no próximo ano. Novos projetos oxigenam e trazem um ânimo à vida. Minha cabeça é tão sonhadora e fervilha com inúmeros planos. Chegou a hora de ultrapassar o limite da minha “cachola” e dar asas às minhas inquietações.

Uma semente que venho cuidando com carinho há quase dois anos é meu novo teto. Ele está quase pronto. Ficou tão bonito. É simples, mas cada detalhe ganha atenção especial. Ter um espaço para mim era um desejo antigo, que pouco a pouco fica mais real. A residência oficial da Leite será também um cantinho para receber amigos e amar.

Meu avô Armando não tem destino e nem parada
No ano que termina, recebemos novamente a visita do meu avô Armando. Ele estava bem melhor do que em 2010, quando veio para casa se curar de um ferimento grave na perna. Meu avô é realmente uma figura. Nunca vi uma pessoa com 87 anos com tanta disposição e tão lúcido.

Ele chegou a Campinas um dia após o meu aniversário de 40 anos, em 5 de novembro. Lembro dele carregando a sua malinha, com uma disposição que dava inveja a muitos jovens. Seo Armando viajou a noite toda entre Adamantina e aqui e, mesmo assim, queria contar tudo o que fez durante o ano e também queria saber das novidades da minha casa. Ficou quase um mês conosco e depois bateu asas novamente.

Como ele não tem destino e nem parada, ficou 15 dias na casa das filhas, que teve em um segundo casamento e moram em Brasília, e pegou de novo a sua malinha. Agora está em Tocantins. Peço sempre aos céus que o proteja e lhe dê muita saúde. Independente da história de vida que ele escreveu, e foi marcada pela ausência da família, gosto muito dele.

Em casa, a vida transcorreu entre a tranquilidade e os sobressaltos. Nada de anormal. A vida familiar é assim. Fico feliz que todos estejam construindo o caminho para realizem os seus sonhos. Sou muito abençoada com os meus pais e minhas irmãs. E agradeço aos céus pela saúde de todos, especialmente do Seo Francisco, meu pai. Recordar de todas as suas dificuldades de saúde e poder tê-lo ao lado todos os dias é meu maior presente.

Meus mimos estão cada vez mais lindos. A Lika, cachorra que foi adotada no ano passado, é terrível, só que sem ela a casa não teria graça. Mas tivemos perdas irreparáveis como a Sofia, nossa bela “loirinha” dos olhos azuis, e a Violete, vira-lata que foi maltratada na rua e nós cuidávamos. Consegui curá-la, com muito esforço, da doença do carrapato e de uma sarna que destruía o seu corpo. Só que ela sucumbiu ao ser atropelada. Ficou a sua companheira de rua, uma cachorra preta linda, que sempre cuido com muito carinho.

Fortaleci a minha amizade com pessoas importantes para mim. Acrescentei novos colegas à minha lista de pessoas queridas e reencontrei antigos amigos. Tenho certeza que muitas dessas sementinhas vão dar frutos e flores especiais. A vida é feita de escolhas e companhias. Não dá para caminhar sozinho. Ter familiares, amores e amigos é um dos alicerces que me fortalece.

O coração enfrentou inúmeras tempestades, mas agora navega por águas tranquilas. Ele aprendeu que é hora de apostar em amores reais e recíprocos. Ele está à espera de um novo porto seguro. Quem sabe logo ele encontre um corpo e alma carinhosos?

Mas o coração carrega uma tristeza neste ano: a morte do Paulo Martinelli. Mais do que um companheiro de trabalho, ele era um grande amigo para quem convivia diariamente com aquele homem alto, magro, que gostava de contar as histórias de Sousas e do Rio Atibaia. Nunca vou esquecer de seu jeito muitas vezes ranzinza, mas que sempre tinha uma tirada na ponta da língua.

Saudade do homem que falava de ciência, astros, mares, elétrons e outros temas que envolvem assuntos complexos. Lembro dele sentado no banquinho lá fora da redação com uma blusa de manga longa e uma touca na cabeça no dias mais frios. Ele não dispensava o cigarro, o pastel da cantina e a Coca-Cola.

E as histórias pessoais. Quem sentava próximo dele sabia exatamente quem era a sua mãe, a Isabela (sua esposa), os filhos, o neto e o irmão (cientista famoso). Nunca fui à casa do Martinelli, em Sousas, mas conheço cada detalhe do local de tanto ouvi-lo falar com orgulho do seu cantinho.

Ainda não consigo acreditar que o Martinelli se foi naquele dia 18 de agosto. A nave-mãe foi muito egoísta ao levá-lo com ela. A gente só percebe a importância das pessoas na nossa vida quando elas partem, definitivamente. Martinelli foi um companheiro de trabalho e um amigo que ouvia, reclamava, ria, chorava, cuidava. Muita saudade dele.

2011 foi um ano muito bom. Minha promessa de ano novo é fazer de 2012 ainda melhor. Vou cultivar com carinho todas as minhas sementes. Quero que delas nasçam frutos e flores que materializem os meus sonhos e planos.

2012: mais uma chance para amar, aprender, evoluir espiritualmente e ajudar a construir um mundo melhor.

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