sábado, 1 de agosto de 2009

A pipa bailarina


O vento frio começava a soprar na noite de ontem, na Praça Arautos da Paz, em Campinas, quando uma pipa amarela resolveu dar um espetáculo no céu já coberto pela escuridão. Centenas de pessoas ouviam as belas composições executadas pela excelente Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) Itinerante, que se apresentou gratuitamente no espaço público e teve como regente o maestre Roberto Tibiriçá.


Eu fiquei sentada no gramado, como um grupo numeroso de outros expectadores que se deleitava com a interpretação dos músicos para peças de Tchaicovsky, Strauss, Carlos Gomes e Ravel. Eu assistia a tudo atentamente e de repente vi quando a pipa entrou em cena.


De forma tímida, ela iniciou seu baile solitário. O conjunto formado por varetas de madeira, papel de seda e uma rabiola longa e branca dançava ao toque do vento e o som da música. Não consegui enxergar quem comandava a bailarina, mas o balançar sutil e cadenciado no ar completava a apresentação da orquestra.


O show da pipa bailarina durou 20 minutos até que ela sumiu na escuridão. A Osesp continuou o espetáculo e depois de mais de uma hora de apresentação a plateia, em pé, aplaudiu efusivamente os músicos.


A apresentação era digna de mais expectadores. A iniciativa de um evento ao ar livre, e sem custo para quem foi assistir, merece palmas, visto que o Brasil é um país que ainda está longe de oferecer à sua população atividades de qualidade e gratuitas. Viva a cultura nacional.


A programação da Osesp Itinerante pode ser conferida no www.osesp.art.br/home.aspx.




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